4 de abr. de 2013

Chernobil, URSS, 1986, Um Alerta Esquecido?


Quem nunca ouviu falar ou assistiu alguma reportagem da tragédia ocorrida na  Usina Nuclear de Chernobil, na antiga União Soviética, em 1986?Após relembrar o fato durante um documentário televisivo, achei interessante escrever sobre o tema.

Pelas informações e entrevistas, de autoridades da época, somente três dias após o ocorrido é que o governo soviético se deu conta da gravidade de situação e mobilizou técnicos e o exército para atendimento das populações atingidas pelo problema que ocorreu na Usina número 4, causando uma explosão que obrigou a retirada da população ao redor, numa operação que até hoje não se sabe quantas pessoas foram atingidas pelas radiações.

A onda de fumaça se espalhou até a Europa, mas a região mais afetada foi nos arredores das usinas, onde milhares de pessoas sentiram o impacto direto da exposição.Alguns sobreviveram, outros vieram a falecer, em face da pesada contaminação radioativa.

       Logo após ao desastre foi efetuada, pelo governo soviético a maior e mais perigosa operação de limpeza, efetuada pelos "Liquidadores". As equipes de liquidadores estavam compostas, principalmente, por bombeiros, cientistas e especialistas da indústria nuclear; tropas terrestres e aéreas prontas para a guerra atômica e engenheiros de minas, geólogos e mineradores de urânio, pela sua ampla experiência na manipulação dessas substâncias. É néscio supor que estas pessoas ignoravam os perigos de um reator nuclear destripado cujos conteúdos 
você vê brilhar na frente dos seus olhos num enorme buraco.

Durante esta operação foram  reunidos os fragmentos de sucata da usina explodida, agrupados  e  enterrados a fim de tentar diminuir as radiações por eles emanadas.Os liquidadores eram na sua maioria jovens, que vieram de todas as partes da URSS e tiveram que enfrentar altos níveis de pó e radiação, a ponto de poderem só recolher material em minutos, sempre protegidos por verdadeiras armaduras. Esses sofreram conseqüências terríveis, pois enfrentaram radiações maiores, mais do que a própria população atingida.

Nos depoimentos relatados pela equipe de jornalismo, viu-se que muitos desses homens morreram e outros carregam até hoje alterações pelo corpo, tendo que permanecer nos hospitais boa parte do ano. Menos de 30 anos depois do fato, que ao seu fim lacrou-se a usina, com aço e chumbo, as autoridades ainda discutem o que fazer para reforçar o isolamento da mesma, visto que a ação do tempo acelera o processo de degradação. Até hoje muitos fatos foram omitidos, mas parece que as autoridades continuam investindo nessa forma de energia, altamente poluente e onerosa. Caso a explosão tivesse atingido a usina vizinha, mais de 30 milhões de pessoas no mundo teriam sido atingidas. Os registros oficiais, incríveis, mostram que 4 mil pessoas foram afetadas, o que está sendo contestado e ainda há países tais como a índia, o Irã e a Coréia do Norte, que exploram essa modalidade de energia.

A humanidade está servida de recursos e tecnologia para lidar com algo tão perigoso, poderoso e poluente como a energia nuclear?  Cabe aqui a consciência ecológica e uma bela reflexão a cerca do tema e a opção por meios renováveis  e menos poluentes.

José Festa

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