25 de set. de 2013

O PORTUGUÊS DOS FACEBOOKIANOS.




         O facebook engoliu as crianças e os adolescentes. Jamais se poderia imaginar que uma rede social seria capaz de atingir um número tão extraordinário de pessoas. Criada inicialmente para ser uma ferramenta de comunicação, transformou-se na massificação de um conhecimento, muitas vezes, idiotizado, sintético e inútil. Há pessoas que fazem do acesso uma ocupação, perdendo horas valiosas apenas com o monitoramento do que os outros facebookianos compartilharam ou “curtiram”. Fotos, textos, vídeos... tudo é fascinante! Nunca foi tão fácil conhecer pessoas e saber mais sobre elas! E sem esforço, porque basta digitar o nome e... pronto, logo o perfil da pessoa aparecerá! Pois afinal, quem não tem facebook? Ironias e generalizações à parte, a rede social evidencia um problema assustador: “o da gramática”.
Os erros de ortografia e concordância são desesperadores! É como se escrever corretamente deixasse de ser uma preocupação rotineira e fosse transformado em um mero instrumento de formalidades acadêmicas e laborais, pois na internet o modelo de escrita vigente é o do “vale tudo”! O que o Aurélio, grande lexicógrafo diria ao ver o trabalho de uma vida inteira sendo pisoteado e substituído por modismos e ultrajes vilipendiosos à língua portuguesa?
A escrita abreviada, giriada, errada, demonstra outro drama: “a falta de leitura”. Porque bons leitores escrevem corretamente. Ler, seguramente, traduz-se no melhor aprendizado de gramática. Os livros tornam automático algo que exigiria anos de estudo e dedicação. Ensinam de forma prazerosa e divertida! Contudo, infelizmente, o modelo ideal “menos face mais book” está longe de ser alcançado, pois há uma necessidade gritante de mais face, nem que o acesso se dê para a postagem de fotos em frente ao espelho.
      Não raro é se deparar com alguém mais experiente – digamos assim –  que ao escrever algo logo se desculpa pelos erros, alegando que não estudou, em face do início do labor já na infância. E na nossa região temos muitos empreendedores, com imenso talento, mas que não tiveram uma formação adequada. Vale dizer que isso não é um demérito. O demérito está em buscar a formação e continuar o séquito de assassínios à língua portuguesa! Como compreender alguém que está no Ensino Médio, ou quiçá, no Ensino Superior cometendo erros esdrúxulos de escrita?  
       O facebook, de fato, tem feito admiradores frenéticos, a ponto de um pai registrar o nome do filho como “Facebukison”. Opa, apesar da divulgação em massa dos meios de comunicação, mais tarde, veio à tona a verdade. Mais uma das notícias que traduzem “verdades mentirosas”, comuns, hoje, com o poder de divulgação da internet. Ou seja, nenhum registrador levou a cabo esse vilipêndio à língua portuguesa. O tal do Facebukison nunca existiu!
    Abaixo a bigbrotherização da vida!... apesar de não sermos fãs de estrangeirismos, vale o jargão, “menos face mais book”.
Grayce Kelly Bioen e Jeferson Dytz Marin

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