O facebook engoliu as
crianças e os adolescentes. Jamais se poderia imaginar que uma rede social
seria capaz de atingir um número tão extraordinário de pessoas. Criada
inicialmente para ser uma ferramenta de comunicação, transformou-se na massificação
de um conhecimento, muitas vezes, idiotizado, sintético e inútil. Há pessoas
que fazem do acesso uma ocupação, perdendo horas valiosas apenas com o
monitoramento do que os outros facebookianos compartilharam ou “curtiram”.
Fotos, textos, vídeos... tudo é fascinante! Nunca foi tão fácil conhecer
pessoas e saber mais sobre elas! E sem esforço, porque basta digitar o nome e...
pronto, logo o perfil da pessoa aparecerá! Pois afinal, quem não tem facebook?
Ironias e generalizações à parte, a rede social evidencia um problema
assustador: “o da gramática”.
Os
erros de ortografia e concordância são desesperadores! É como se escrever
corretamente deixasse de ser uma preocupação rotineira e fosse transformado em
um mero instrumento de formalidades acadêmicas e laborais, pois na internet o
modelo de escrita vigente é o do “vale tudo”! O que o Aurélio, grande
lexicógrafo diria ao ver o trabalho de uma vida inteira sendo pisoteado e
substituído por modismos e ultrajes vilipendiosos à língua portuguesa?
A
escrita abreviada, giriada, errada, demonstra outro drama: “a falta de
leitura”. Porque bons leitores escrevem corretamente. Ler, seguramente,
traduz-se no melhor aprendizado de gramática. Os livros tornam automático algo
que exigiria anos de estudo e dedicação. Ensinam de forma prazerosa e
divertida! Contudo, infelizmente, o modelo ideal “menos face mais book” está
longe de ser alcançado, pois há uma necessidade gritante de mais face, nem que o acesso se dê para a
postagem de fotos em frente ao espelho.
Não raro é se deparar com alguém mais experiente –
digamos assim – que ao escrever algo
logo se desculpa pelos erros, alegando que não estudou, em face do início do
labor já na infância. E na nossa região temos muitos empreendedores, com imenso
talento, mas que não tiveram uma formação adequada. Vale dizer que isso não é
um demérito. O demérito está em buscar a formação e continuar o séquito de
assassínios à língua portuguesa! Como compreender alguém que está no Ensino
Médio, ou quiçá, no Ensino Superior cometendo erros esdrúxulos de escrita?
O facebook, de fato, tem feito admiradores frenéticos, a
ponto de um pai registrar o nome do filho como “Facebukison”. Opa, apesar da divulgação em massa dos meios de
comunicação, mais tarde, veio à tona a verdade. Mais uma das notícias que
traduzem “verdades mentirosas”, comuns, hoje, com o poder de divulgação da
internet. Ou seja, nenhum registrador levou a cabo esse vilipêndio à língua
portuguesa. O tal do Facebukison nunca existiu!
Abaixo a bigbrotherização da vida!... apesar de não
sermos fãs de estrangeirismos, vale o jargão, “menos face mais book”.
Grayce Kelly Bioen e Jeferson Dytz Marin
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