Amplamente e com repercussão mundial é que se sabe ter havido no Brasil, neste ano corrente, o ávido protesto de milhões de pessoas nas ruas. Brasileiros inconformados soltaram um grito para depois, enfim, respirarem aliviados. O problema é que apesar de toda magnitude da manifestação, difícil precisar as consequências.
O
fato é que no período em que ocorreram, os protestos não estavam embasados em
uma verdadeira e definida razão social e histórica. Isto é, dentre o conjunto
de vozes que exalaram indignação, foram ouvidas queixas de toda a ordem.
A
fim de exemplificar, trazemos o caso das pessoas que se manifestaram contra a
realização da Copa do Mundo no Brasil, mais precisamente quanto aos gastos em estádios. Outros , quanto à repressão exercida pelos
policiais e alguns, até, retratando indignação com a escalação que o técnico
Luiz Felipe Scolari.
Tendo
todos os protestos origem no movimento passe livre ou não, além desse e os
outros casos retratados, foram erguidas placas que criticavam a corrupção. Mas
afinal, todos são contra a corrupção, ressalvado o caso do beneficiado, que não
pisaria no espúrio pão.
E
como o fogo foi se apagando? Pode ter havido uma estratégia midiática destinada
a sufocar as manifestações ao retratar em tempo maior e com cenas chocantes o
vandalismo impregnado, cuja necessidade não caberá aqui tratar, gerando dessa
forma linhas negativas de desaprovação no resto da população quanto aos
protestos? Não é possível precisar. Parece que elas passaram sim por um
processo de esvaziamento natural.
E
cá se diga, não se pode olvidar que a repercussão não teve o fim realmente
almejado, pois se calaram as vozes diante de mais promessas...
É
por isso que restam dúvidas sobre que fim irão ter as consequências
desencadeadas nos protestos, inclusive como se dará a possível reforma política
que pode, de maneira aterradora, ultrajar a democracia constitucional que, bem
ou mal, resiste à pós-modernidade.
Mesmo assim, os brasileiros foram às ruas
lutar e preferiram plantar a própria semente do que esperar passivamente a ação
do tempo. Por isso, com várias razões, milhões se mobilizaram.
Contudo,
fica uma pergunta, ainda ecoam as vozes das ruas?
Augusto Leal e Jeferson Dytz Marin
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