8 de set. de 2012

Alfabetização Ecológica.

Horta Ecológica - Instituto Socioambiental de Valéria, Salvador / BA.


                        O MEIO AMBIENTE E A ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA


O meio ambiente, mais do que nunca, dá sinais de debilidade, de fraqueza. Copenhagen chancelou, do ponto de vista formal, a preocupação central do mundo: a economia. A crise não permitiu que se discutisse de forma séria a questão ambiental. O alerta do clima, presente em todos os cantos do planeta, passou despercebido. O semblante pálido e desolado da mãe natureza foi o que restou...

As convenções anteriores representaram um avanço bem mais significativo do que a atual, que deveria ser a responsável pela resposta mais enfática de todas. O Haiti, com os furacões, o Rio de Janeiro, com os desmoronamentos, o excesso de chuvas em São Paulo... As consequencias da devastação ambiental deram início ao caminho sem volta. E a questão é sistêmica. Os problemas não estão apenas ao largo, mas debaixo dos nossos narizes. A água que vitimou a safra da uva e as propriedades rurais, o calor do inverno, o frio do verão.... Precisamos, decisivamente, tomar uma atitude! E parece que a educação ambiental é a melhor alternativa para o retardamento do fim do ciclo.

A EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A educação, hoje, especialmente no que se refere às Ciências Humanas, tem sinalizado no sentido do rompimento com o estudo sacralizado do saber que venera as verdades absolutas e o mito da certeza, bases do vã afã de estabilizar as relações sociais.

Hoje, construir uma análise a partir da organização viva, reconhecendo uma espécie de ligação entre a ordem e desordem, amparada numa ideia dialógica que compreenda o sistema de ensino, a relação com a sociedade e a própria convergência pessoal dos seres humanos, registra a pretensão de reconhecer a complexidade do mundo moderno e permitir a aplicação de uma prática transdisciplinar.

Isso, contudo, jamais deve prescindir da ideia de que estamos no universo, apesar de pensarmos o mundo, também, a partir de nossas vivências locais. Assim, o todo não pode ser compreendido sem as partes e as partes não podem ser compreendidas sem o todo.

Devemos considerar, do ponto de vista ambiental, a necessidade de combate à destruição da camada de ozônio, mas também o cuidado na coleta seletiva do lixo. O universal e o local.

O processo de educar, ou alfabetizar ecologicamente, de forma sistêmica, envolve conhecer a natureza, sua ação antrópica no meio ambiente e suas consequências, redesenhando a rede para a sustentabilidade, promovendo mudança de paradigma de uma cultura agressora para uma cultura harmônica e sustentável, extraindo conhecimento da natureza, uma maneira de ver o mundo como um todo integrado.

Essa compreensão do ambiente em que vivemos é fundamental para o alcance da inclusão, que passa, naturalmente, pela compreensão dos direitos civis individuais, dos direitos sociais, dos novos direitos e dos direitos coletivos, enfim, de todas as dimensões – ou gerações – de direitos.

O NOVO PARADIGMA

O paradigma educacional, sempre que abordado, nos mais diversos níveis, denota efetivamente a mudança de atitude, de compreensão, em busca de uma nova dimensão ambiental espelhada no homem e no meio ambiente, intuindo fomento de transição para a sustentabilidade da vida das presentes e futuras gerações.

Dentro do contexto educacional, um dos desafios da atualidade é a educação do indivíduo como ser humano inserido em seu meio, seja ele social, físico ou político. Dessa forma, a ideia é ter consciência que o homem é parte do todo.

Fritjof Capra, um dos principais autores da teoria sistêmica, busca na sabedoria da natureza a alfabetização e, para entender as redes e os ecossistemas, formula princípios básicos utilizados para construção de comunidades sustentáveis, que dizem respeito diretamente à vida.

O certo é que o homem passa a ter cada vez mais consciência da possibilidade de sua finitude ou, ao menos, da proximidade de encerramento de um ciclo. O derretimento das geleiras, as mudanças abruptas do clima, a incerteza da estabilidade das estações, a escassez da água e a o avanço pernicioso da poluição nas metrópoles oferecem a certeza de que a preocupação é evidente. Precisamos nos dar conta que a preservação ambiental não é uma questão panfletária ou fundada apenas no alcance de ISOs. É a base da sobrevivência do homem.


                                                           Jeferson Dytz Marin

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