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Horta Ecológica - Instituto Socioambiental de Valéria, Salvador / BA. |
O MEIO AMBIENTE E A ALFABETIZAÇÃO ECOLÓGICA
O meio
ambiente, mais do que nunca, dá sinais de debilidade, de fraqueza. Copenhagen
chancelou, do ponto de vista formal, a preocupação central do mundo: a
economia. A crise não permitiu que se discutisse de forma séria a questão
ambiental. O alerta do clima, presente em todos os cantos do planeta, passou
despercebido. O semblante pálido e desolado da mãe natureza foi o que restou...
As
convenções anteriores representaram um avanço bem mais significativo do que a
atual, que deveria ser a responsável pela resposta mais enfática de todas. O
Haiti, com os furacões, o Rio de Janeiro, com os desmoronamentos, o excesso de
chuvas em São Paulo...
As consequencias da devastação ambiental deram início ao
caminho sem volta. E a questão é sistêmica. Os problemas não estão apenas ao
largo, mas debaixo dos nossos narizes. A água que vitimou a safra da uva e as
propriedades rurais, o calor do inverno, o frio do verão.... Precisamos,
decisivamente, tomar uma atitude! E parece que a educação ambiental é a melhor
alternativa para o retardamento do fim do ciclo.
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A
educação, hoje, especialmente no que se refere às Ciências Humanas, tem
sinalizado no sentido do rompimento com o estudo sacralizado do saber que
venera as verdades absolutas e o mito da certeza, bases do vã afã de
estabilizar as relações sociais.
Hoje,
construir uma análise a partir da organização viva, reconhecendo uma espécie de
ligação entre a ordem e desordem, amparada numa ideia dialógica que compreenda
o sistema de ensino, a relação com a sociedade e a própria convergência pessoal
dos seres humanos, registra a pretensão de reconhecer a complexidade do mundo
moderno e permitir a aplicação de uma prática transdisciplinar.
Isso,
contudo, jamais deve prescindir da ideia de que estamos no universo, apesar de
pensarmos o mundo, também, a partir de nossas vivências locais. Assim, o todo
não pode ser compreendido sem as partes e as partes não podem ser compreendidas
sem o todo.
Devemos
considerar, do ponto de vista ambiental, a necessidade de combate à destruição
da camada de ozônio, mas também o cuidado na coleta seletiva do lixo. O
universal e o local.
O
processo de educar, ou alfabetizar ecologicamente, de forma sistêmica, envolve
conhecer a natureza, sua ação antrópica no meio ambiente e suas consequências,
redesenhando a rede para a sustentabilidade, promovendo mudança de paradigma de
uma cultura agressora para uma cultura harmônica e sustentável, extraindo
conhecimento da natureza, uma maneira de ver o mundo como um todo integrado.
Essa
compreensão do ambiente em que vivemos é fundamental para o alcance da
inclusão, que passa, naturalmente, pela compreensão dos direitos civis
individuais, dos direitos sociais, dos novos direitos e dos direitos coletivos,
enfim, de todas as dimensões – ou gerações – de direitos.
O NOVO PARADIGMA
O
paradigma educacional, sempre que abordado, nos mais diversos níveis, denota
efetivamente a mudança de atitude, de compreensão, em busca de uma nova
dimensão ambiental espelhada no homem e no meio ambiente, intuindo fomento de
transição para a sustentabilidade da vida das presentes e futuras gerações.
Dentro do
contexto educacional, um dos desafios da atualidade é a educação do indivíduo
como ser humano inserido em seu meio, seja ele social, físico ou político.
Dessa forma, a ideia é ter consciência que o homem é parte do todo.
Fritjof
Capra, um dos principais autores da teoria sistêmica, busca na sabedoria da
natureza a alfabetização e, para entender as redes e os ecossistemas, formula
princípios básicos utilizados para construção de comunidades sustentáveis, que
dizem respeito diretamente à vida.
O certo é
que o homem passa a ter cada vez mais consciência da possibilidade de sua
finitude ou, ao menos, da proximidade de encerramento de um ciclo. O
derretimento das geleiras, as mudanças abruptas do clima, a incerteza da
estabilidade das estações, a escassez da água e a o avanço pernicioso da
poluição nas metrópoles oferecem a certeza de que a preocupação é evidente.
Precisamos nos dar conta que a preservação ambiental não é uma questão
panfletária ou fundada apenas no alcance de ISOs. É a base da sobrevivência do
homem.
Jeferson
Dytz Marin
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